segunda-feira, 22 de abril de 2013

Apartament26

por Maria Eduarda Buarque

Quando chegar me espera um pouco aí fora. Eu quero ver você pelo olho mágico e preparar um sorriso bonito antes de abrir a porta.
Não me traz flores.
Não me dá nada além desses seus braços que são o melhor lugar do mundo.
Aparece de surpresa, se quiser.
Se convida para entrar, caso eu me perca na euforia e esqueça todas as regras de etiqueta. E que foda-se a etiqueta.
Bate os pés na porta, tira os sapatos, fica à vontade. A casa é minha, então é um pouco sua também.
Vai até a janela. Senta. Eu vou escolher uma música para você.
Vou descobrir a sua banda favorita e pôr para tocar só para ver você cantarolar baixinho enquanto batuca nas pernas.
Abre a geladeira, pega uma cerveja. Me dá o primeiro gole. Fala um pouco do seu dia. Juro que vou gostar de ouvir, mesmo se for uma segunda-feira.
Liga a TV e vamos arrumar um assunto, vai.
Tira o controle do lugar, bagunça os canais, escolhe um para ver. Escolhe outro. Muda. Deixa mudo.
Conta mais uma novidade. Me fala o motivo da sua visita, então.
Não – esquece.
Vem quando achar bom. Vem que eu te ofereço o meu amor mais uma xícara de café para você não querer ir embora nunca mais.

Retirado do site: A prancheta

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