domingo, 8 de agosto de 2010

texto sem nome

Não se importava se era magnífico ou pobre. Se era caro ou barato. Se eram muitos ou poucos. Só se importava que fosse real. Que lhe tocassem os ombros em meio a verdades que foram poucas vezes direcionadas a ele. Queria que lhe tocassem o coração. Cheio de cicatrizes, cheio de incertezas. Frio como uma geladeira no Pólo Norte. Mas as verdades, as palavras bonitas. Começaram a se tornar vagas. Por melhor que fizessem, não conseguia absorver aquilo para esquentá-lo nesses dias frios. Dias frios que tomavam conta, cada vez mais.
E agora lhe pergunto? Sabe a solidão? Aí você responde, “Claro que sei, sinto muitas vezes.” Claro, é parte de uma solidão. Mas o grande problema é quando há pessoas dispostas a te tirarem de lá. E tudo o que consegue fazer é ficar quieto. É ser aquela peça de cubo de gelo que é colocada em um copo com um objetivo, mas está apenas pra isso. E é isso que dói. Não ser mais que o seu objetivo.
Quando há tudo a tua volta. E tudo o que consegue fazer é manter seus ouvidos e sua boca fechados. Com os olhos bem abertos. Observador.
De fato, o que mais lhes pode ser dito é que observar a própria vida, cuidar apenas de si mesmo, saber que você está bem. Dói. Dor que não sabia que poderia sentir.

Andar em meio às pessoas. Tomando um café. Sorrindo. Meu coração permanece. Dolorido. Pois sei que estou só.


Daniel Opohl


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