quarta-feira, 9 de junho de 2010

consorte


Que você siga decifrando cada uma das minhas pequenas transformações, como mágica. Que continue a ler em braile a invisibilidade das minhas aflições. Que queira me fazer feliz, não para mostar aos outros o quão feliz é quem está ao seu lado, mas que o faça pelo prazer em me ver sorrir.
Encantadoramente espontâneo.
Que continuemos a completar frases um do outro. Que consigamos desvendar intenções alheias em um só olhar, para que possamos nos proteger de qualquer forma não sincera de aproximação. Que saibamos o quão especial somos como indivíduos e o quanto isso nos torna uma conjunção escrita em caixa alta.
Que eu saiba que um dia, dentro de um humilde embrulho, você queira me dar o mundo.
Que meu olhar percorra cada parte do teu corpo e que leve consigo a suavidade do meu toque. Que eu descubra, conheça e decore-o em sua completa peculiaridade, para que – se longe – eu possa acessar sua anatomia em meus arquivos de memória afim de minimizar a angústia da saudade.


Nicolle Albieiro

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