quarta-feira, 7 de abril de 2010

caminhos certos nao existem .


A verdade é que ela se achava forte. Achava que nada poderia lhe abalar tanto, que seguiria de agora em diante sem chorar, sem ficar cobrando-se por escolhas que dessem em caminhos errados. A verdade é que nunca acreditou nessa história de caminhos errados, podiam ser tortuosos, tristes, o que fossem, mas nunca errados. Mas não era essa a parte que doía tanto. É que quase tinha acreditado nele, assim como acreditava em todas suas teorias, suas loucuras, sua intuição. Foi por tão pouco que doía. E acreditar em tal besteira, naquele mesmo eterno clichê de que “ele é diferente”. Não, ele nunca é diferente. O que mudava eram suas expectativas, a forma como via as coisas, o jeito como as pessoas a cativavam e tudo o que elas lhe faziam pensar. Pensou mesmo que ele fosse diferente, e por mais idiota que aquilo parecesse e depois de tanto tempo, tanta “força”,olhou para ele e teve que admitir pra si mesma ter pensado “sim, talvez isso possa virar alguma coisa”. E apesar de não acreditar em escolhas erradas também, suas escolhas não foram certas, nunca eram.
Agora caminhava sozinha novamente, sem nada no estômago, sem nada na cabeça, sem nada no coração e sem caminho pra seguir. No seu bolso só o ticket do cinema e a lembrança que ainda lhe restava do famoso “você e eu”. Será que ele não poderia parar com aquela palhaçada e voltar a ser o mesmo? Ou talvez se ele viesse cumprir as promessas feitas como o homem que as fez as coisas ficariam bem. Não. Ele não fez isso. Ele fez o que sabia fazer melhor, sumir. Só que das outras vezes ele sempre voltava, e agora parecia não ter sobrado nada que o fizesse voltar. Ela sentia falta de quem ele era, de como eles eram e do que se tornava quando estavam juntos. Eram tantas verdades que se perdia, se perdia em meio a uma tentativa de apagá-lo por inteiro. É verdade que ela o adorava, não chegava a ser amor, mas podia ser um dia, claro que podia. Ela gostava quando conversavam, mesmo quando falavam e falavam e não falavam nada. Ela o achava uma pessoa maravilhosa pelo seu jeito, pelas coisas que ele fazia. Mas também era verdade que se sentia enganada sobre muitas das verdades, das teorias, e de tudo sobre ele. Nunca pensou que fosse tão infantil em sumir de novo desse jeito, e ter falado tanto sobre sentimentos que não existiam. Não passava naquela sua cabeça dura que fossem acabar sem ter restado nada, nem uma chance de amizade, e se alguma vez pensou nisso, deixou passar, sumir com o vento. Mas a pior das verdades era ter que admitir sentir falta dele, falta do que ele era,falta das mensagens, das conversas, das besteiras, dos olhos, da respiração, daquelas mãos nas dela, sentia falta até do silêncio. Falta de tantas coisas dele que tinha deixado entrar nela sem querer, meio que sem perceber. Agora faltava alguma coisa nela.
Continuava caminhando, continuou a mesma apesar de tudo, só com um pouco mais de cuidado. Isso só a fez perceber que se achava tão forte porque nunca deixava ninguém chegar muito perto, sempre quis manter uma distância confortável, para se proteger. E acabou deixando que ele chegasse um pouco mais perto que os outros, deixou por realmente entrar naquela sua brincadeira de acreditar nas besteiras que ele falava,mentia, fingia, mas no fundo, bem no fundo estava sim comprando aquelas palavras. E podia dizer agora que a verdade é que esperar que as pessoas fossem do jeito que ela queria que fossem sempre, esquecendo dos “poréms" de cada um, isso sim era pegar carona para um “caminho errado” por mais que eles não existissem.


Meu coração se transforma a cada experiência. Mas ainda palpita, sobressalta e se assusta. Ainda é vulnerável como quando eu tinha dez anos. (Lia Luft)



eu achei esse texto no blog blog justcolourmylife , nao sei quem foi a autora, hehe :B . mais tá ai foi lá que eu peguei, e como eu simplismente AMEEEEEI , postei aqui .

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