quinta-feira, 27 de maio de 2010

vem cá .


Pode pensar o que quiser, ainda acho a reciprocidade uma das coisas mais gostosas - e divertidas - desse mundo. Vem cá. Me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum. Você pode me ouvir? É pra você, seu besta! É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça. Será que você me entende? Eu não escrevo porque vivo amores cinematográficos e quero contar pro mundo. Não!! Eu escrevo porque eu sou uma maluca. Minha vida é real demais. Um filme B pra ser mais exata. E eu não acho graça em amores sem final feliz. Por isso, invento. Pro sangue correr pelas veias, pra lágrima cair dos olhos, pra adrenalina sacudir o corpo. Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. (Acredita?). Mas hoje eu estou cansada. Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra. estou cansada de escrever sobre o meio ambiente, redigir manifestos contra o uso de peles de animais em casacos, falar sobre o que será a moda nas ruas. hoje não! uma hora eu escrevo sobre isso, sei lá. mas deixa primeiro eu salvar a minha pele. me deixa ser egoísta. me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. e eu quase acredito em você. não precisa gostar de mim se não quiser. mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. não me diga nada (ou me diga tudo). não me olhe assim, você me diz tanta coisa com um olhar. e olhar mente, eu sei! e eu sei por que aprendi. também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis (sabia?) mas meu coração está rouco agora. grave! você percebe? escuta só como ele bate. o tumtumtum não é mais o mesmo. não quero dizer que o tempo passou, que você passou, que a ilusão acabou, apesar de tudo ser um pouco verdade. o problema não é esse. eu não me contento com pouco (não mais). eu tenho muito dentro de mim e não estou a fim de dar sem receber nada em troca. essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas e demais evoluídos do planeta. mas eu não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também. pode rir, é isso mesmo. não vou fingir ser o que não sou. quer me tratar bem? se não quiser, não me procure mais! amor incondicional é muito bonito. mas eu só tenho por mim, pela minha família. de resto, sou igual bicho. me morde e eu te como. com as minhas palavras. que são meu maior mel. e meu melhor veneno .


fernanda mello

3 comentários:

  1. eu me apaixonei por esse blog, nao li tudo, mas vou ler com calma! adorei mesmo *-*

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. 'eu acredito nas pessoas. e eu quase acredito em você. não precisa gostar de mim se não quiser. mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado'


    meu, me deixaste, assim, sem palavras e cheia de virgulas.

    vou voltar pra ler mais vezes, o que creio que será sempre, me agradou mesmo eu não gostando de cor de rosa, haha.

    as escritas do teu blog, soam como se você chegasse, alisasse nossos rostos, e em seguida nos desse um tapa, ou quem sabe um soco.

    mostra o que sentimos um dia com perfeição.
    parabéns, parabéns e parabéns.

    paz

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